segunda-feira, julho 12, 2004

As Notas

Saíram as notas dos exames de acesso ao Ensino Superior, vulgo Exames Nacionais. As notas, claro, foram a miséria que era esperada, com alunos de 18 e 19 a obterem resultados como 10 e 11 nas respectivas disciplinas.
Confesso que o princípio dos exames nacionais me irrita profundamente. Não é de agora. Desde o meu 11º ano que ponho em causa a viabilidade podre deste sistema, árvore estéril que nunca deu frutos nem sequer flores, tal é a injustiça com que se reveste. No fundo, não passa dum espelho do país miserável em que vivemos recheado de profissionais educativos ainda mais miseráveis que a própria definição de miserabilidade. Os resultados dos exames vieram reforçar esta tese. Os exames não funcionam, não estão bem feitos e, pior que tudo isso, são muitas vezes corrigidos por profissionais com uma falta de credibilidade atroz, já para não mencionar o total desconhecimento da coisa. Alguns de vós dirão que me sinto prejudicado. É verdade, sinto-me muitíssimo prejudicado. Diria mesmo mais, sinto-me verdadeiramente roubado. Se a lógica estivesse presente nestes raciocínios, recorreria a ela de imediato. A verdade é que não está. Agora, como é que é possível que um aluno que estude muito, que tenha 18 a uma disciplina tenha 10 no exame nacional, quando, após o mesmo exame reviu as perguntas com o professor da mesma e percebeu que todos os pontos principais estavam correctos? Não se compreende. Como é óbvio, pedirei recurso. Serei o primeiro a admitir o meu erro, se ele realmente se verificar. Mas se isso, como prevejo, não acontecer porei verdadeiramente a hipótese de instaurar um processo ao Ministério da Educação por pura negligência. E daí talvez não. Eles não valem o meu dinheiro.

10 Comments:

Anonymous Anónimo said...

És mesmo um puto mimado...não à paciência....
1ºos exames são o melhor instrumento encontrado até hoje para homogeneizar as notas dos diferentes alunos, se queres criticar arranja uma alternativa melhor, porque falar é sempre fácil.
2ºOs professores que corrigem os exames andaram durante toda a semana passada a gastarem tempo com reuniões a nível de concelho e a nível nacional, a dormir poucas horas para poderem rever e rever os exames, para tentar puxar as notas todas o mais possível, e sabendo que podem levar com processos em cima se por acaso corrigem mal.... é claro que isso acontece, vê lá tu que eles são humanos...
3º"As notas, claro, foram a miséria que era esperada, com alunos de 18 e 19 a obterem resultados como 10 e 11 nas respectivas disciplinas" posso te dizer que se isso aconteceu na tua escola é porque andas nas maravilhosas escolinhas que dão notas aos putos como se fossem doces, ou então são burros, porque os exames nacionais são perfeitamente asseciveis, aliás, o meu irmão tb os fez e manteve todas as notas, incluindo vintes e dezanoves, o que aconteceu também com a maioria dos colegas dele....claro que também existe a hipótese de estar mal corrigida, mas se tu tens direito de escrever da forma como escreves também os professores têm o direito de se enganarem a corrigir um exame.
Cumprimentos, com a esperança que um dia te lembres de crescer.

terça-feira, julho 13, 2004 9:47:00 da manhã  
Blogger JRosaCruz said...

Eu não ia responder, até porque nada tenho haver com o post publicado (senão uma enorme concordancia), mas a frase inicial e

final do primeiro comentário e a ignorância com o seu consequente "falar sem saber" do segundo fizeram-me vibrar

negativamente pelo seu tom depreciativo...
Caro comentador anónimo,
tenho de discordar completamente da sua opinião, mais ainda, tenho de me indignar com certos pontos da mesma...
Não sei se deva começar pelas falhas práticas ou teóricas do seu comentário até porque a dada altura se confundem... Bom,

vamos por partes:
1º O prezado comentador escreve "não à paciencia"... Atente no facto de a sua frase ser gramaticalmente semelhante às

seguintes: "Não à droga" ; "Não à guerra" ; "Não às propinas" etc... Neste ponto acredito que deseje corrigir o teu texto

substituindo o seu "à" por um "há" do verbo "haver", transformando a sua frase no seguinte: "Não há paciencia", análoga às

seguintes "Não há droga" ; "Não há dinheiro" ; "Não há mais"...
2º a frase "andaram (...) a gastarem tempo"
3º segundo sei, os exames nacionais são ACESSÍVEIS e nunca ASSECÍVEIS como escreve o caro anónimo...
4º Não é suposto haver uma "homogenização das notas" porque, tal como em tudo, há pessoas com um melhor desempenho e outras com um pior desempenho, e é assim que as coisas funcionam! Uma homogenização é baixar as notas dos que as têem mais altas e subir as dos que as têem mais baixas, procedimento que considero completamente injusto!

Nota: Com tamanhos pontapés na gramática, imagino que nos exames nacionais tenha sido fácil manter a sua, certamente baixa, nota na disciplina de Língua Portuguesa...


Quanto ao comentador Cuban (também blogger neste blog),
lamento constatar que seja capaz de um post de tão baixo nível! O porquê deste meu ponto de vista será explicado no final de

meu comentário! Agora vamos aos pontos cruciais do seu texto:
1º A "escolinha" a que tanto o Cuban como o comentador anónimo se referem, é exactamente a mesma que frequentei desde o 5º

ano de escolaridade até ao 12º, e posso garantir que notas são coisa que não se compra por lá! O nome da "escolinha" em

questão é conhecida pelo seu rigor e pelo ensino de caracter exigente! Por repetidas vezes o nome da "escolinha" figurou no

topo da lista de melhores resultador a nível de Exames Nacionais, o que invalida totalmente o argumento das "notas

compradas"! Para além disso recorro ao seguinte: Se as notas na referida "escolinha" fossem efectivamente "compradas" então o

meu desempenho na Universidade Nova de Lisboa seria certamente muito inferior ao de qualquer estudante de "notas não

compradas", o que está longe de se verificar!

"Porquê de baixo nível?" imagino Cuban a indagar... Porque após um comentário mau conseguiu elaborar um ainda pior, não se

mostrando capaz de elaborar uma opinião e deixar, ao mesmo tempo, de lado a postura reles e brejeira de quem insulta com

deixas do estilo "menino mimado" e "se tivesses numa escolinha decente, em vez de comprares os 18, aprendias efectivamente

alguma coisa"...

Meus caros, comentem sim mas sem essas bocas infundamentadas! E chamo-as de infundamentadas pois os vossos posts perderam

toda a credibilidade assim que ivocaram argumentos que se baseiam em dados que vos são completamente alheios!


Comento agora o post do Johny:

Os Exames Nacionais são, efectivamente, um modo pouco justo de avaliar os alunos, uma vez que a nota final se baseia de forma demasiado pesada num exame de uma ou duas horas, degenerando assim a importância dos três anos de árduo trabalho! Tenho o orgulho de poder dizer que as minhas notas não foram más, se bem que MUITO baixas para os meus objectivos! Acabei com a mísera média de 16 valores...
A falta de profissionalismo no nosso País é um facto, mas é uma falha com a qual temos de lidar uma vez que todos somos humanos e passíveis de falhas...
Resta-me desejar-te melhor sorte!

terça-feira, julho 13, 2004 7:29:00 da tarde  
Blogger JRosaCruz said...

Os professores correctores têem toda a competência para vos avaliar... O método é que é péssimo, porque alguém que passe três anos a brincar e depois perca, dois ou três meses (se tanto) enfiado nos livros, tira uma nota porreira nos Exames Nacionais sem a merecer! E não me digam que isso é impossível sem bases porque tenho conhecimento de causa, e sei que o método escolhido por muita gente é o de contratar explicadores (nada tenho contra estes últimos) para recuperar o tempo perdido!

terça-feira, julho 13, 2004 9:05:00 da tarde  
Blogger JRosaCruz said...

Gostava ainda de acrescentar ao meu primeiro post o seguinte pensamento: "A Inveja é um dos sete pecados mortais!"

terça-feira, julho 13, 2004 9:08:00 da tarde  
Blogger JAS said...

Ora então muito bem, parece que chegou finalmente a minha vez de fazer uns comentários aos vossos comentários. Para que não se verifiquem mal entendidos, vamos delinear um plano organizador, semelhante ao que me foi pedido no exame nacional de filosofia. Assim, começarei pelo último, feito por The Pirate, passarei seguidamente para o simpático desconhecido, ao qual chamarei "It" por não ter qualquer referência ao género do dito e acabarei no camarada Cuban.

Quanto ao comment de The Pirate, nada há a dizer. Tudo o que lá é dito corresponde à mais pura das verdades, nomeadamente no que toca à "aquisição de notas", tendo por base a sua experiência adquirida exactamente na mesma escola.

Quanto a "It" confesso que seria muito fácil inutilizar por completo qualquer tipo de argumentos. Para tal, basta ter apenas em atenção a forma como é iniciado o comentário. Mas vou tentar abster-me de classificar "It" como um completo desconhecedor da mais elementar das gramáticas e passar directamente às críticas. Eu tenho plena consciência que os exames são um mal necessário. Não são o "melhor meio", como tão prontamente afirma "It", são o menos mau. A única solução passaria pelas entrevistas, que poderiam ser realizadas na universidade para permitir a alunos com capacidades mas sem notas a entrada em cursos que normalmente, devido a médias finais baixas ou azares nos exames, lhes estariam vedados. Como é impossível realizar essa tarefa a curto ou a médio prazo, a solução seria dar outro peso às notas de entrada, isto é, um exame de uma disciplina específica nunca poderia valer 50%, quando muito 30%. Esta seria a minha solução.
Quanto ao segundo ponto, não me é possível ter pena dos pobres professores que andaram durante uma semana em reuniões, a tentar, como aliás é seu apanágio, atribuir sempre as notas mais altas a alunos que nunca viram e relativamente aos quais muitos exibem um desprezo de morte. E a verdade é que eu sei do que falo, por experiência própria. Infelizmente, é-me impossível reconhecer ao professorado como entidade profissional um mínimo de competência que seja. Quanto muito, umas quantas mãos cheias deles. E mesmo assim...
No respeitante ao terceiro ponto, penso que The Pirate já esclareceu tudo o que tinha de ser esclarecido. Gostaria porém, de acrescentar algo mais no que toca à dualidade do “argumento” aqui apresentado. O facto de se ter verificado a redução brutal das notas na minha escola não significa nem uma coisa (que são “burros”) nem outra (que nos são dados “doces”). Como acontece a muito boa gente, há muitas pessoas que têm azar, às quais os exames não correm bem. De qualquer forma, gostaria de congratular o teu irmão, se conseguiu tantos dezanoves e vintes. Só tenho pena que, com tão boas notas, não tenhas aprendido qualquer coisa com ele, como, por exemplo, a argumentar decentemente.

E chegámos ao camarada! Avante! Como vais Cuban? Long time, no see. Sobretudo desde aquele comment que eu fiz a algo que tu escreveste, respeitante ao governo, ao qual tu acabaste por nunca responder. Mas isso agora pouco importa. Realmente, esperava que o teu estilo exibisse um bocadinho mais de nível, já para não mencionar de credibilidade. Fiquei desapontado, honestamente. Acho que o Camarada Cunhal não ficaria nada contente com essa tua prestação. Pelo menos, tendo em conta que tu nem por uma única vez comentaste o que eu escrevi, limitando-te a dirigir-me pequenos ataques falaciosos. Mas pronto, eu compreendo, deves andar desgostoso, uma traição tão grande, a tão alto nível não é? Pois, eu imagino como deve ter doído ouvir aquelas palavras duras do nosso bem-amado PR, especialmente quando todos perceberam que as eleições antecipadas não passavam de uma miragem no deserto.
Quanto ao facto de me queixar muito e de ser bastante mimado, confesso despudoradamente que são ambas verdade. No entanto, e como acabaste de verificar, sou perfeitamente capaz de responder a críticas extremamente mal feitas, sem qualquer nível e até a ataques pessoais de forma idónea e sem descer a níveis escusados, sendo completamente mimado e comprando as minhas notas, como tu tão peremptoriamente afirmas. O que eu ainda não compreendi foi se o que te chateia mais é o facto de eu ser de Direita, ou melhor, de eu não ser facciosamente de esquerda ou o facto de eu, apesar do 10 a filosofia, ainda conseguir entrar no curso que quero, em vez de me ir enterrar num curso secundário qualquer. Ah, é verdade. Queixo-me muito. Sem dúvida. Sobretudo quando sinto que algo é injusto. Para mim ou para os outros. É essa a diferença. Por mera curiosidade, para quando um post ou um comment que valha realmente a pena?

Concluindo, mais argumentos, menos ataques pessoais. Por favor, nós não queremos blogues rascas. E se querem utilizar falácias dessas, ao menos façam-no ao nível do João Pereira Coutinho. Assim, podem continuar a escrever muito sem dizer o que quer que seja com a diferença de que vem mais gente ao blog.

Sem mais assunto,

Johny

terça-feira, julho 13, 2004 11:54:00 da tarde  
Blogger JRosaCruz said...

Cuban, tens mais três anos que eu certo!? Quanta experiência! Numa esperança média de 73 anos de vida, isso são cerca de 4%... Parabéns, tens mais 4% de experiência que eu, que te faça muitíssimo bom proveito! Mas tendo em conta que esperas viver até aos 100... Bem, são 3%...

Deu bronca na TV sim senhor! Chamava-se Colégio Alfa e praticava aquilo que se chama de ENSINO RECORRENTE! Espero que não estejas a fazer confusão entre este último e o Ensino Secundário normal... Mas se ainda tens dúvidas, podes consultar a tal tabela que costuma sair no Expresso com o Ranking de Escolas baseado nas notas dos E.Nacionais...

Quanto ao brilhantismo dos meus estudos, é algo que pode ser fácilmente avaliado mas detenho-me perante um senão: É RELATIVO!
Se o formos a classificar pelo meu andamento na Faculdade, então eu diria que está dentro da média! Se no entanto entrarmos em comparações a coisa muda de figura! Posso não ser o melhor entre os melhores, mas há muitos alunos cujo avanço é inferior ao meu! E quantos desses alunos não transbordam experiência, no mínimo alguns 7% a mais!

Relativamente à liberdade de expressão... Lembra-te sempre que a tua liberdade acaba onde começa a dos outros, inclusivé quando te vês no direito de rotular pessoas que desconheces por completo! Como diria o Ricardo Araújo Pereira: "Acho nojento!"

Quanto a eu ser brejeiro... Bom, não posso deixar de soltar uma humilde lágrima... Provocada pelo intenso riso obviamente! Mais uma vez insistes em rotular o particular com base no todo! Afinal, eu nunca vomitei o chão de ninguém! (Se me mandas bocas baixas não esperes receber melhor...)

Quanto ao teu PS... Entrou com 17? Ainda bem que me informas! Vou analisar essa informação seguindo o VOSSO método!
Um gajo que escreve "assecíveis", "à" supostamente de haver, "andaram a gastarem" e tem uma nota de candidatura de 17 valores, é concerteza um dos maiores accionistas do mercado de "NOTAS DO ENSINO SECUNDÁRIO"... Ou seja, comprou uns quantos valores... Eu acabei com 16... Mas também, nunca tive muito dinheiro para gastar em ninharias! Se bem que, se eu realmente pudesse comprar as minhas notas, por esta altura estava a preparar as luvas para as primeiras autópsias!

Um bem haja, que espero que isto não abale a harmonia do blog...

PS-O leitor pode rir, mas só o leitor, agradeço que os destinatários principais me levem a sério uma vez que (por entre muita boca desnecessária) estamos só a discutir opiniões!

quarta-feira, julho 14, 2004 1:35:00 da manhã  
Blogger JRosaCruz said...

Não muda nada! Houve um "crossfire" de opiniões, com as "casualties" com que temos sempre de contar... Mas acho que no que toca a relacionamento "pessoa-pessoa" nada deve mudar! Se fossemos a virar costas a todas as pessoas com opiniões diferentes da nossa, estavamos condenados! Para além do mais, isto era de esperar neste blog, uma vez que o BekBekBek foi construido com o exacto intuito de juntar opiniões muito diferentes! Só não queria que os comentários e opiniões fossem "impragnados" com ataques desnecessários como os que li, fui alvo, e para mal dos meus pecados cheguei também a fazer sob o efeito de minha "cegueira raivosa", mal do qual padeço desde sempre!

Mas é sempre bom sobreviver a certos "momentos"! Ajuda a formar carácter! ;)

quarta-feira, julho 14, 2004 12:03:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Antes de mais queria agradecer por me corrigirem os erros gramaticais, fico contente por haver quem se dê ao trabalho de corrigir erros de comentátios escritos à pressa...
Depois só queria corrigir algumas coisas que já foram ditas sobre mim...não, não andei a comprar notas, andei aliás numa escola do estado, e sim, admito que o meu irmão é mais inteligente que eu, mas também guardei alguma inteligencia para mim! A minha pior nota nos exames nacionais foi um 16 e ,admirem-se, não foi a Português, exame em que até tirei 18!
O meu objectivo quando escrevi aqui não era andar a mostrar se sou melhor ou pior que os outros, e acho triste que tenham que por aí entrar para reforçar as vossas ideias.
Agora sim as minhas ideias:
1ºOs exames nacionais por pior que sejam, são de momento a melhor alternativa para fazer com que dois alunos iguais não sejam descriminados por estarem em escolas diferentes e com professores diferentes...isto sim é homogenizar as notas, não fazer com que os maus e os bons alunos fiquem todos com as mesmas notas (e eu a pensar que para alguém que escreve sem erros isto era fácil de perceber!!).
2º sim, as entrevistas eram uma optima alternativa...se este fosse um pais onde as cunhas n existissem, ou acham mesmo quee ra possivel haver entrevistas totalmente imparciais?
3ºSim, os professores esforçam-se, e eu sei bem o quanto, acusam-me de não ter conhecimento de causa, de facto só vivo com dois em casa, sei o quanto eles dão pelos alunos, e isso irrita-me porque depois hà alunos assim, que tratam os professores como se fossem vossos criados e vos devessem favores e que de facto não merecem essas preocupações (sim, já tive a minha mãe 1 mes de cama, porque não aceitou ir de baixa os 3 meses antes dos exames nacionais, para poder apoiar as turmas de 12º ano que tinha, e para que estas não perdessem matéria).
4º Um aluno que nos exames nacionais,desce de um 18 para um 15 teve azar, um aluno que desce de 18 para 10 ou 11, é porque uma das notas está errada.
PS - podes então corrigir novamente a minha gramática e vais certamente encontrar vários erros...mas olha, enquanto estás á procura dos meus erros, eu estou a ser convidado (no teu curso e apenas um ano à tua frente) a ir fazer uma estágio no estrangeiro.....quem diria, e tão mais inteligente que eu....

quarta-feira, julho 14, 2004 12:12:00 da tarde  
Blogger JRosaCruz said...

Pus em causa a tua inteligencia!? Que insensato fui! Ataquei-te desmedida e erradamente? Realmente sou um reles brejeiro! Mas recuso-me a ficar impávido e sereno perante comentários que começam com "És mesmo um puto mimado...não à paciência...."! Se fossemos todos assim tão rápidos a concluir sobre os outros, então todo mundo andava de costas voltadas!

"dois alunos iguais não sejam descriminados por estarem em escolas diferentes e com professores diferentes...isto sim é homogenizar as notas, não fazer com que os maus e os bons alunos fiquem todos com as mesmas notas"
Estamo-nos a esquecer que, infelizmente, o próprio ensino não é homogenio, sendo portanto inevitável a heterogenização dos alunos a nível nacional! Infelizmente, a qualidade do ensino em certas "terrinhas" é muito inferior à qualidade nas maiores cidades! De qualquer modo, não acho que os exames nacionais sejam um bom método para repor ou criar essa homogenidade, menos ainda com um peso tão desmedido! Quanto às entrevistas imparciais, uma cunha é, efectivamente, fácil de arranjar... Mas o problema resolve-se se em vez de um ou dois responsáveis pela entrevista, forem providenciados quatro... Se ainda não está convencido, porque não proceder à gravação de entrevistas, anexadas com todos os inquéritos e burocracias, para posterior avaliação sem qualquer tipo de informação sobre a identidade do aluno?

O Anónimo não tem conhecimento de causa relativamente ao que se passa na situação de quem escreveu o post, que na minha opinião é uma das pessoas cuja cultura mais me fascina! Pelo seu post calculei logo que convivesse com professores de perto! Não degenero o emprego de seus pais, bem pelo contrário paciência têem eles, o que eu admiro! Assim como a sua eterna dedicação ao ensino, mesmo quando muitos alunos se mostram pouco merecedores! Espero nunca vir a ensinar, acho que não ia aguentar! No entanto, tal como em todo o mundo. existe o Yin e o Yang, ou seja, os seus pais podem ser professores exemplares mas, e eles próprios com certeza concordarão, existe muito mau professor e muito professor incompetente! Acontece em todas as profissões!

"Um aluno que nos exames nacionais,desce de um 18 para um 15 teve azar, um aluno que desce de 18 para 10 ou 11, é porque uma das notas está errada."
Correcção, um aluno que desce de 18 para 10 ou 11, é porque ALGUMA COISA está errada! Não obrigatoriamente uma das notas! Ou acredita piamente que o sistema é infalível?

Quanto ao seu estágio, muitos parabéns! Eu estou no segundo ano do meu curso, realmente sinto-me mesmo muito inferior à média, e principalmente extremamente inferior à sua pessoa, por ainda não ter convites para estágios no estrangeiro ou contratos assinados... Sim porque se não me engano é exactamente no segundo ano que os mesmos costumam surgir! Você está acima da média? Congratulo-o!

quarta-feira, julho 14, 2004 12:55:00 da tarde  
Blogger JAS said...

Para começar, parabéns aos intervenientes. A razão é simples: há muito tempo que não via este blog tão animado. Pelos vistos, tenho que começar a escrever posts deste género mais frequentemente.
Primeiro que tudo, é necessário esclarecer um ponto que me parece vital e foi abordado no post do Anonymus: aulas, escola, estudos e acima de tudo, notas não determinam nem quantificam a inteligência de quem quer que seja. Uma coisa não tem mesmo nada a ver com a outra. Obviamente que alunos com mais capacidades poderão ter mais facilidade, mas essas capacidades não têm necessariamente que corresponder a maior inteligência. Ou seja, o facto de eu estudar muito, pouco ou nada não serve para fazer qualquer tipo de juizos sobre mim ou sobre qualquer outra pessoa. Como tal, não se retira mérito aos alunos que conseguem 18 e 19 na média de acesso ao ensino superior. É louvável, sobretudo tendo em conta todas os obstáculos que é necessário ultrapassar. Agora, daí a podermos utilizar médias como se de medidores totalmente fiáveis dos quocientes ou mesmo das capacidades de cada um se tratassem, vai uma distância utópica.
Posto isto, passemos a (mais)alguns esclarecimentos que me parecem necessários.
Para começar e para que saibam, mesmo não estando interessados, os erros foram meus, no exame de filosofia. Quando falei com o meu professor, por forma a apresentar recurso, foi-me dito que eu conseguiria no máximo três valores com um professor corrector, porque tinha, de facto, cometido erros perante os quais fiquei bastante envergonhado. Mas a questão que se põe, e isto é que se torna realmente importante, é o facto de a vida de qualquer um de nós se decidir em 240 minutos, para aqueles que, como eu, têm duas específicas e em apenas 120 para vários outros. Não é minimamente justo e, pior do que isso, privilegia todos aqueles alunos que trabalharam um terço mas que chegam ao exame e, por causa do peso que este tem, conseguem uma nota que os coloca à frente de qualquer outra pessoa que tenha trabalhado muito mais. Isto aconteceu na minha aula, com amigos e colegas. No fundo, tratou-se de sorte, não de falta de preparação, até porque eu preparei-me sempre com um colega meu e ele teve 17 e eu tive 10. Claro que este meu discurso poderia perfeitamente ser qualificado como o do coitadinho. Aí o erro é vosso porque confundiram o "estilo nacional" com o de raiva.
Na realidade, a minha entrada no curso que quero, que, para que se saiba é Direito, nunca esteve em causa. Em causa ficou, isso sim, a universidade no qual o vou tirar. A minha primeira opção, a Nova de Lisboa, pede uma média que, não fora o peso dos exames, eu ultrapassava largamente. O problema é que num sistema de 50%-50%, não tive qualquer hipótese mediante os resultados obtidos. É a vida, tenho consciência disso e, mais do que apenas ter consciência, vou mexer-me para tentar entrar na universidade que quero. Se isso me obrigar a ficar um ano noutra Universidade, pois bem, que seja. Até lá, tentarei, por todos os meios, reverter a situação. Agora, nada é tão ambíguo como o Anonymus quis fazer crer, ou seja, o facto de eu ter tirado 10 poderia ficar a dever-se a imensos factores e o problema do tipo de discurso utilizado radica exactamente aí. Tal como a tua mãe que, pelo que me dizes, aparenta ser uma excelente professora, como poucas há, esteve um mês de cama, houve também muitas pessoas com diversos problemas que condicionaram por completo a sua prestação. E não são mais burras ou menos burras ou compraram mais notas ou menos notas. Acontece. A vida é verdadeiramente injusta, não há nada a fazer. O que é importante é saber cair e, mais do que isso, levantar-se da queda, aprendendo com cada cicatriz e com cada corte. Sim, já sei, parece um sermão. Pouco me importa, porque já tinha aprendido essa lição mas talvez por ser, como vocês tão peremptoriamente afirmaram, um menino mimado e extremamente trabalhador, é que fiquei profundamente desiludido com tudo isto.
Mas já percebi, finalmente, como é que as coisas funcionam. É a velhíssima if clause: if you can't beat the system...
Obrigado pelas felicitações Cuban, que retribuo, embora me pareça que as coisas possam ainda vir a ser alteradas. Logo veremos.

Relativamente ao teu discurso, Anonymus, eu já referi alguns pontos e já usei de argumentos para os tentar rebater, segundo, claro, o meu ponto de vista. No entanto, há outros que eu não percebi bem. Por exemplo, quando tu afirmas que "o meu objectivo quando escrevi aqui não era andar a mostrar se sou melhor ou pior que os outros, e acho triste que tenham que por aí entrar para reforçar as vossas ideias." mas depois dizes "enquanto estás á procura dos meus erros, eu estou a ser convidado (no teu curso e apenas um ano à tua frente) a ir fazer uma estágio no estrangeiro.....quem diria, e tão mais inteligente que eu...." não estarás a entrar em contradicção? Ou isso é apenas uma forma completamente ridícula que usas para não ter de admitir que cometeste vários erros a nível gramatical? Porque, para quem alegou ter escrito à pressa, escreveste um texto verdadeiramente colossal. Até te deste ao luxo de numerar os argumentos! E fazendo referência mais uma vez à necessidade que aparentas ter de exibir de peito estufado as tuas capacidades, deixa-me dizer-te que a humildade é uma das características mais importantes da tão propalada inteligência à qual tu adoras fazer referência. Parabéns pelo convite que te foi feito, que pode ser, seguindo a tua linha de argumentação, interpretado de duas formas: ou copias que te fartas ou "conheces" muita gente muito bem colocada. Que tal? Sabe bem, não sabe?

quarta-feira, julho 14, 2004 5:11:00 da tarde  

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