quarta-feira, abril 14, 2004

O Discurso

Não tenho muita paciência para discursos ou, neste caso, textos introspectivos. Sempre me soaram a falso e, pior do que isso, a reflexão de adolescente carcomido pelo acne e pelo ócio. Pensa, é certo, mas nas coisas erradas. O dilema do "quem sou eu, donde vim, para onde vou" tornou-se já insuportável, de tão discutido, de tão reflectido, de tão baboseado. Prefiro jovens politicos inconscientes (que exactamente igual a apoiantes do Bloco de Esquerda) a intelectuais neurótico-depressivos com tendências misantropicas. E falo com conhecimento de causa, sobretudo por ter feito parte do segundo grupo.
A mensagem é simples, sobretudo para quem a conhece: vivam ao máximo, sem nunca perderem a noção das prioridades e sem nunca esquecerem que todos os arranha-céus do futuro tiveram as suas bases no presente. Até concordo que me digam que este discurso é de velho ou de pai, que é quase a mesma coisa. No entanto, é importante saber equilibrar as coisas. E se escrevo isto aqui, neste blog, neste momento não é porque pense que alguns aqui não o saibam fazer, até porque não conheço a maioria, mas simplesmente porque esta foi uma lição que aprendi há pouco, mesmo muito pouco, tempo e quero passá-la a quem ainda a não conhece, por forma a evitar cometer os erros que eu cometi. Enfim, é como um descargo público de consciência.
Moral da História? São demasiadas e demasiadamente chatas para serem sequer enunciadas. O lema deve ser "Vivam e o resto que se f***!" mas sempre com a moderação característica dos seres civilizados que pretendemos ser no dia-a-dia.

FIM