Good bye Miki!
Talvez seja aborrecido tocar no assunto, mas a minha necessidade de o fazer tem tanto de inevitável como de monstruosa.
A necessidade advém sobretudo da procura de uma resposta. Não estou satisfeito. Não quero saber se ele morreu com uma tromboembolia pulmonar ou com uma gravíssima arritmia. Nestas alturas, já nada disso importa. O Miki, o Miklos, o Feher morreu. Isso é tudo o que importa, por agora.
Sou forçado a confessar que ele nunca foi o meu jogador favorito. Nem sequer um dos meus preferidos. Era um jogador que, na minha óptica, só iria custar dinheiro ao Benfica e que nada traria de novo. Mas mais uma vez pergunto: mas a quem é que interessa a minha óptica? A ninguém. O Fehér morreu. Isso é o que, infelizmente, interessa.
A brutalidade inerente à sua morte não pode deixar ninguém indiferente, tal como não me parece ter deixado. A verdade é que quando me apercebi das massagem cardíaca não fui capaz de conter as lágrimas. Aquilo simplesmente não estava a acontecer! Não podia estar a acontecer, não, não e não. Que levem oito, dez, vinte, goleada histórica a nível mundial, mas levantem-me aquele gajo e façam-no sorrir outra vez, foi o que pensei na altura. Não dá para pensar noutra coisa. Ganhámos 1-0. Podia ter sido a Liga dos Campeões, podia ter sido um confronto interplanetário mas aquele tipo não podia ter morrido assim. Que acabe a merda do futebol, se for necessário, para que estes tipos não morram mais assim, continuei pensando. Não valia a pena. A tragédia acometeu-se do Feher e ele, depois daquele sorriso de felicidade, lá correu a acometer-se da tragédia.
Ainda não consigo acreditar. Ainda não consigo acreditar que não vou ver mais a "Loura", como lhe chamávamos aqui em casa, pejorativamente, a falhar golos atrás de golos, a chegar sempre atrasado a esta ou àquela bola, a sorrir quando marcar um golo. Já não o vou ver a relançar uma carreira que poderia ter sido muito positiva. Já não vou ver nada disso. Nem eu, nem ninguém.
E o Miki, que morreu, também já não se vai casar no mês que vem, também já não volta a representar a selecção da Hungria, também já não vai voltar a sorrir.
Não consegui deixar de pensar nos outros jogadores. A expressão do Tiago, do Armando, do Miguel, do Ricardo, do Carlos, vão ficar para sempre gravados nos recantos mais recônditos da minha memória. Por vezes quem me dera não a ter. Talvez assim me esquecesse que ele tinha morrido e no próximo fim-de-semana voltaria a perguntar, em jeito de crítica destrutiva: "o quê? Vai pôr o Feher a titular?".
Porque mais que escreva que o Feher morreu ainda não me mentalizei plenamente desse fatalismo. E não me vou mentalizar, porque não dá para compreender o incompreensível.
E, num esgar de dúvida, voltarei a perguntar no próximo jogo do Benfica: "Ah, se calhar o Feher até marcava um golito, se entrasse!"
Obrigado por tudo Miki. Lembrar-nos-emos de ti até ao fim!
Talvez seja aborrecido tocar no assunto, mas a minha necessidade de o fazer tem tanto de inevitável como de monstruosa.
A necessidade advém sobretudo da procura de uma resposta. Não estou satisfeito. Não quero saber se ele morreu com uma tromboembolia pulmonar ou com uma gravíssima arritmia. Nestas alturas, já nada disso importa. O Miki, o Miklos, o Feher morreu. Isso é tudo o que importa, por agora.
Sou forçado a confessar que ele nunca foi o meu jogador favorito. Nem sequer um dos meus preferidos. Era um jogador que, na minha óptica, só iria custar dinheiro ao Benfica e que nada traria de novo. Mas mais uma vez pergunto: mas a quem é que interessa a minha óptica? A ninguém. O Fehér morreu. Isso é o que, infelizmente, interessa.
A brutalidade inerente à sua morte não pode deixar ninguém indiferente, tal como não me parece ter deixado. A verdade é que quando me apercebi das massagem cardíaca não fui capaz de conter as lágrimas. Aquilo simplesmente não estava a acontecer! Não podia estar a acontecer, não, não e não. Que levem oito, dez, vinte, goleada histórica a nível mundial, mas levantem-me aquele gajo e façam-no sorrir outra vez, foi o que pensei na altura. Não dá para pensar noutra coisa. Ganhámos 1-0. Podia ter sido a Liga dos Campeões, podia ter sido um confronto interplanetário mas aquele tipo não podia ter morrido assim. Que acabe a merda do futebol, se for necessário, para que estes tipos não morram mais assim, continuei pensando. Não valia a pena. A tragédia acometeu-se do Feher e ele, depois daquele sorriso de felicidade, lá correu a acometer-se da tragédia.
Ainda não consigo acreditar. Ainda não consigo acreditar que não vou ver mais a "Loura", como lhe chamávamos aqui em casa, pejorativamente, a falhar golos atrás de golos, a chegar sempre atrasado a esta ou àquela bola, a sorrir quando marcar um golo. Já não o vou ver a relançar uma carreira que poderia ter sido muito positiva. Já não vou ver nada disso. Nem eu, nem ninguém.
E o Miki, que morreu, também já não se vai casar no mês que vem, também já não volta a representar a selecção da Hungria, também já não vai voltar a sorrir.
Não consegui deixar de pensar nos outros jogadores. A expressão do Tiago, do Armando, do Miguel, do Ricardo, do Carlos, vão ficar para sempre gravados nos recantos mais recônditos da minha memória. Por vezes quem me dera não a ter. Talvez assim me esquecesse que ele tinha morrido e no próximo fim-de-semana voltaria a perguntar, em jeito de crítica destrutiva: "o quê? Vai pôr o Feher a titular?".
Porque mais que escreva que o Feher morreu ainda não me mentalizei plenamente desse fatalismo. E não me vou mentalizar, porque não dá para compreender o incompreensível.
E, num esgar de dúvida, voltarei a perguntar no próximo jogo do Benfica: "Ah, se calhar o Feher até marcava um golito, se entrasse!"
Obrigado por tudo Miki. Lembrar-nos-emos de ti até ao fim!
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