segunda-feira, dezembro 08, 2003

ai os imortais... os imortais

cinema português, não posso dizer que seja profundo conhecedor, nem grande admirador. digamos que o primeiro filme português que vi por livre e espontânea vontade foi o Zona J do Leonel Vieira e, ou da qualidade da sala ou da companhia, não gostei, porque não consegui ouvir ou perceber mais de metade dos diálogos! depois do Zona J, em cinema, só voltei a ver Os Imortais e gostei, gostei eu e gostaram o resto das pessoas que enchiam uma das salas pequenas dum qualquer multiplex duma qualquer zona comercial em Lisboa!

bem, mas passando para o filme em si. o filme está tão bem feito que com jeitinho passava por uma produção de Hollywood, de baixo orçamento é certo mas mesmo assim de Hollywood! porque o que o filme perde em efeitos especiais, e sim em algumas cenas faziam falta uns efeitos melhorzitos (a explosão e consequente morte da francesa), ganha nas interpretações dos actores!
meus amigos:
Nicolau Breyner está muito, mas mesmo MUITO, bem.
Joaquim de Almeida, se o rapazito deixa-se de fazer sempre o mesmo papel nos filmes americanos (sim, em qualquer produção em que participa faz de vilão da América latina) e se dedica-se a filmes portugueses como este, digo eu, que estava muito melhor!
Rogério Samora, Rui Unas e Joaquim Nicolau cumprem, e os últimos dois personificão mesmo uma das cenas mais cómicas do filme, quando durante um jantar se começa a levantar uma pequena discução e de repente a personagem de Joaquim Nicolau, um gago, para tentar acalmar as coisas diz:
- Atão vamos todos pró ca... ca... ca...
enquanto o outro tenta, a personagem de Rui Unas completa :
- Vamos todos pró caralho!
mas isto com um tempo de entrada brilhante! ainda dentro das cenas brilhantes, temos uma outra que me faz lembrar do Prof. de IPA, a cena em que Nicolau Breyner desanca a informatização da Polícia Judiciária dizendo que desde sempre faz tudo à mão, escreve cartas, faz relatórios dos crimes, faz a barba, bate punhetas, etc! já o prof de IPA não é tão radical, mas tem um problema parecido, mas isso é outra história!

mas o melhor do filme é mesmo o facto da história ser bastante verosí­mil e de nos conseguir surpreender enquanto se dessenvolve!
de certeza que não é por culpa deste filme que o cinema português tem poucos espectadores!