quinta-feira, setembro 09, 2004

Suspensão

É desta desrespeitosa e abrupta forma que anuncio a interrupção da publicação dos meus textos no BekBekBek... Não sei se permanente ou temporáriamente, sei que o faço pela confusão que me faz escrever posts perdidos num espaço destinado a tantas mais letras! Desta forma, passarei a escrever no antagónicamente (como se pode ver pelo nome) modesto A Conspiração dos Sapientes, com apenas dois autores permanentes, ou seja, um espaço confinado a duas mentes... O lado bom é que desta forma não será esperado (tanto) mais do que aquilo que é (escassamente) proporcionado!

De qualquer forma espero que não confundam a minha "suspensão" com o fim do BekBekBek! O BekBekBek está para ficar e nele estarei de olho! A emissão segue dentro de momentos, até já!

quarta-feira, setembro 08, 2004

Trip to Thailand - Diário de Bordo - John Gray's Sea Canoe

Mr. John Gray é um homem com quase dois metros de altura... Uma estrutura forte, coberta de pêlos grisalhos (incluindo sua farta barba e longo cabelo, este último preso num grosseiro rabo de cavalo)... Em poucas palavras: um homem imponente! Para lá do aspecto físico encontramos uma pessoa extraordinariamente divertida e culta!

Natural do Hawai'i, costumava trabalhar numa companhia de recursos humanos até ao dia em que decidiu largar tudo e dedicar a sua vida à exploração de verdadeiros pedaços de paraíso perdidos na Terra! Entre outros conta-se a belíssima Tailândia, onde John se estableceu à 15 anos e onde registou a primeira patente de um Tour turistico intitulado "John Gray's Sea Canoe", que desde à década e meia é o seu ganha pão (e diga-se de passagem, uma vida invejável de tão espantosa e apaixonante)!

O Tour de John Gray é digno de cinco estrelas. Em primeiro lugar, desde o primeiro momento em que subimos a bordo do barco de tons de verde, entramos não só em contacto mas também em sintonia com o ambiente divertido criado pela tripulação! Este facto deve-se possívelmente ao facto de, no Tour que frequentei, ter tido a sorte de ter o próprio John Gray a bordo, o que deve fomentar a boa disposição e uma relação excepcional por parte da restante tripulação (os ordenados na Tailândia são baixos, if you know what I mean)!

Ao longo das várias saídas de canoa, foram-me/nos transmitidas informações que são mais que conhecimentos, são a partilha de uma verdadeira paixão que todos os guias nutrem pela Tainlância, pela natureza e pelo mar! Um amor incondicional! Mas a postura unânimemente assumida é a de respeito perante os animais, plantas e afins que encontramos nas paradisíacas lagoas, cavadas pelo mar ao longo do tempo, no interior de enormes penhascos e colossais rochedos que formam as mais de quatrocentas ilhas da Tailândia! Sinuosas cavernas (onde por vezes a única forma de evitar as aguçadas rochas e estalactites é mater o corpo na horizontal, deitado na canoa) são os únicos acessos às lagoas internas! Já no interior dos penhascos, podemos observar fauna e flora variadas como o fabuloso plâncton biofluorescente, ostras, répteis variados, algas luminescentes, morcegos e águias marinhas.

O Tour de John Gray é mais que um simples Tour turistico, é uma homenagem à beleza natural da Tailandia!

segunda-feira, setembro 06, 2004

A Riqueza

Descobri uma forma de tirar proveito imediato e generalizado desse instrumento muitíssimo obsoleto ao qual resolveram um dia chamar "Lei". É muitíssimo simples: ao ver, na rua, cartazes com mensagens como "o corpo que você sempre quis ter", despoleto processos por publicidade enganosa e por invasão de privacidade contra os criadores da obra. O argumento prima por ser quase ridículo, de tão óbvio: ou entraram de rompante na casa de cada um, descobrindo a idealização individual do corpo humano presente em cada ser humano e estamos perante um caso de invasão de privacidade ou então mentem com quantas letras têm no word e desconhecem por completo a idealização que cada pessoa faz do seu corpo. Como tal, tendo em conta a inexistência de bases de sustentação perante tão conclusiva afirmação, já que o anúncio se destina a cada transeunte que o lê, estamos perante um caso de publicidade enganosa. Doutra forma, não compreendo como poderão ter descoberto qual é, a título de exemplo, o meu corpo de sonho.
Seria possível recorrer também ao transtorno causado pelas fotografias da capa, bem como à mensagem subliminar inerente, para despoletar um processo por danos morais causados às pessoas vítimas de perturbações relacionadas com dietas, perdas de peso e corpos esculturais.
Acusar-me-ão de ser um explorador, um vampiro de caninos aguçados, à espera da primeira oportunidade para conseguir fazer dinheiro à custa do sofrimento dos outros. Desenganem-se. Poucos quererão mais do que eu erradicar da face da terra essas revistas ridículas com soluções milagrosas e promessas inverosímeis que atormentam muitas das pessoas que se limitam a olhar para os seus anúncios. Se o pudesse fazer sem ganhar o que quer que fosse, tanto melhor. Bastar-me-ia encerrá-las por completo para me sentir recompensado. Quem ousar referir a liberdade de imprensa merece o epíteto de "refinadíssimo/a imbecil". A liberdade de cada um termina onde começa a do outro, apesar de alguns meios de comunicação/entretenimento não se considerarem abrangidos por essa regra social.
Se eu pesar trezentos quilos e achar o meu corpo fabuloso, tenho liberdade para o fazer e não admito a ninguém a ousadia de me querer dizer qual é o corpo com que sempre sonhei, porque esse é o que eu tenho e, quando não for, saberei, sem qualquer tipo de ajuda, qual será.
Estou absolutamente farto deste género de anúncios, deste tipo de promessas, destas frases mirabolantes. Servem únicamente para perturbar as cabecinhas já muito pouco esclarecidas de muita da nossa juventude. Para quando um anúncio a afirmar "os livros que você sempre quis ler" ou "as peças que você sempre quis ver" ou ainda "1001 maneiras maneiras de deixar de se preocupar com o que os outros pensam e começar a pensar de forma mais incisiva por si mesmo"?

O Futuro

Hoje tive um encontro imediato com o futuro e reparei que usa calções baige pelo joelho, camisola cor-de-laranja-com-bolor, cabelo cortado à tosco com uma "pochette" cinzenta a pender da mão esquerda. É imprescindível ao Homem, por vezes, contrariar a sua própria natureza.

quinta-feira, setembro 02, 2004

Sobre Bangkok:

(O seguinte texto foi elaborado no final do primeiro dia que passei em Bangkok.)

A cidade, pelo que vi até agora, é espantosa! Não o é no sentido de bonita, uma vez que os odores são, por vezes insuportáveis, a poluição desesperante, o trânsito ensurdecedor e os edificios horriveis! Espantosa porque é genuina, tudo em Bangkok exala características asiáticas, que por cá são raríssimas!
A Tailandia, ou o antigo Reino do Sião, parece-me ser o ponto de encontro entre a cultura Indiana e a cultura Oriental (leia-se China, Japão e Coreia), e são provas disso o kimono que tenho vestido ao mesmo tempo que ainda me arde a boca da gastronomia picante.
Em última análise: Bangkok é o ponto Asiático onde caril e chamuças se dão ao luxo de deixar temíveis nódoas em kimonos da melhor seda!