sexta-feira, dezembro 12, 2003

O Homero

Hoje vi Helena de Tróia. Em todo o seu esplendor, em toda a sua magnificência, em toda a minha incredulidade. Julgava-a mito. Pois bem, aqui, confesso aos ventos que me enganei... e que tal nunca soube tão bem.
Aproximo-me, permito-me vê-la, ouso desejá-la. É uma figura em movimento.
Estaco. Páris aproxima-se. Anseio. Continua a aproximar-se. Desespero e esse cabrão saca-lhe um beijo. Ainda pensei em desembainhar a espada, qual Teseu (sim, é mesmo Tes-E-U que quero escrever), e enfrentar aquele minotauro. Pensei melhor. Helena de Tróia não vale o meu sacrifício. A História deve seguir o seu rumo.
O La Fontaine tinha razão... não gosto de uvas verdes. No fim, após toda a tristeza e desolação que me abalou, aprendi algo que perdurará para sempre na minha memória: aconteça o que acontecer, Homero, só quero expressar-te a minha admiração pela tua Odisseia e reforçar a ideia de, que para mim, tu és e serás sempre, um refinadíssimo filho da puta!
Obrigado.